14 de jan. de 2008

NAVEGANTE

FOTO: J.Machado - O barco - 2008

Cansei de desejar e implorar por não sei o quê.
Se o choro já encheu três oceanos.
A ânsia por qualquer coisa já criou um mundo.
Cismei que me completo se amar.
...
Quantas noites sem estrela a deriva fiquei.
O demônio do meio dia se estende às madrugadas.
Ficou muito fácil falar de desamor.
...
De suas várias imagens não vejo uma.
Por mais que me instrua em manuais e ombros.
Os dias ainda permanecem longos.
Continuo sem saber de nada.
...
A garrafa voltou com a mesma mensagem.
Sem remetente e com a mesma letra.
Borrou com o tempo e a umidade.
...
Por enquanto apenas o tempo passa.
O resto fica e se acumula num canto.
Sob a pesada poeira da dúvida.
E em lágrimas meu barco continua a navegar.

3 comentários:

  1. Olá Juca,

    Um belo e triste poema.

    E como já dizia o poeta português.

    "Navegar é preciso, viver não é preciso..."

    Por isso, recomendo ainda: "tenha os olhos no futuro, as sereias como guia, e que Netuno te proteja, noite e dia"
    [Trechinho de Navega Coração de Kleiton e Kledir]

    Beijos,
    Carol

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  2. Fico impressionado com a coincidência de temas que envolve nossas escritas.

    Um dos meus posts mais recentes também evoca o mar, lembranças, tormentas...

    Muito bom conhecê-lo por meio dessas palavras derivadas. De verdade.

    Abração!

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  3. to amando as fotos...fantáticas...a do bandaid ta linda...
    vim dizer que os desejos mais simples são os mais dificeis pq são os mais inesqueciveis qd realizados ;)
    bj

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