13 de dez. de 2008

SUSTENTABILIDADE

Hoje resolvi sair das entrelinhas e falar de algo que é estampado diariamente em todo o tipo de mídia.Resolvi falar do nosso futuro.
Semana passada assisti a um documentário sobre a tragédia em Santa Catarina. É assustadora a quantidade de gente morta, desabrigada ou moralmente abalada. Deveras comovente. Agora descubro que é uma tragédia anunciada há mais de 150 anos.
Crescimento desordenado, desmatamento, ocupações indevidas, lixo, lixo,lixo...clichês, clichês e clichês.
A impressão que dá, é a de que somos um câncer que se alastra há milhões de anos no organismo terrestre. Um monte de gafanhotos humanos que devasta impiedosamente a superfície da Terra.
O pior de tudo é que não é uma impressão, é um fato.
Há bastante tempo sou descrente na raça humana. Maléfica, irracional, sádica e se houver alguma característica pior, é essa. Anne Frank disse que "apesar de tudo", crê "na bondade humana". Ela foi morta por um, e se estivesse viva com certeza se arrependeria de ter dito isso. O que talvez seja mais apropriado é: Por tudo, a bondade humana não mais existe.
Há um tempo já atuam os movimentos ambientalistas, de sustentabilidade, que difundem a máxima "reuse, reduce, recycle", os 3 R's que podem mudar o mundo.
Por enquanto parece um fashionismo, um lifestyle de poucos, algo que digo ser ainda embrionário. É chique comer orgânicos, utilizar somente papel reciclado, ingerir somente carne de animais certificados e que foram criados sem a necessidade de desmatamento ou caça predatória.
O conhecimento de sustentabilidade ainda atinge poucos. A grande massa não sabe o que é isso, não faz parte da educação curricular. E mesmo assim, ainda que soubesse, o fato de tornar este conceito um hábito, está a anos luz de distância.
Programas de televisão sobre o assunto pipocam, no entanto, passam em horários improváveis, nas madrugadas, bem cedo nos finais de semana. Quem se habilita a colocar uma transmissão dessas em horário nobre nas grandes redes, acabar com essas novelas idiotas, de audiência altíssima?
A prática do "pão e circo" ainda existe e se disfarça escancaradamente.
Parece bobo, mas pequenas atitudes em casa mudam muito. E é perceptível aos meus olhos.
Evitar consumos supérfluos, comprar o que realmente é necessário e fazer listas, diminuiu grandemente meus gastos.
Retirar da tomada os eletroeletrônicos que ficam em "stand by", reduziu a minha conta de eletricidade em cerca de 30%.
Dispensei minha faxineira, primeiro porque ela era uma folgada, e segundo porque meus materiais de limpeza se acabavam num piscar de olhos. Arrumar casa, embora chatíssimo, é uma forma de exercício físico.
O que não consegui controlar ainda é o meu consumismo, adoro estes "gadgets" eletrônicos e roupas. Pelo menos as baterias eu não jogo no lixo comum e as roupas velhas ou em excesso, dôo aos mais necessitados.
Não é uma medida de sustentabilidade, mas sim de sobrevivência, talvez até fuja do foco, dizer oi ou bom dia, agradecer e reconhecer o esforço alheio, ter atitudes positivas sempre podem melhorar a energia do mundo.
Dá uma certa canseira sim, separar lixo, retirar da tomada, fazer listas...toma tempo. Mas confesso, dá uma sensação boa, de dever cumprido, uma imensa satisfação pessoal, ver que tenho tomado certas atitudes pra mudar alguma coisa nessa Terra de ninguém, ainda.

5 de dez. de 2008

DESABAFOS

Tem dia que, sem motivo, a gente acorda puto, sem vontade de fazer nada e, ainda por cima, socar o primeiro que encher o saco. O que, aliás, não tem sido muito difícil ultimamente, basta falar um "A" pra bomba explodir.
Saí do trabalho, sentei no shopping pra comer. Senta do meu lado, um bando de carecas recém aprovados no vestibular com um papo tão ruim, que quase vomitei. Minha vontade foi de destinar meu soco a eles. Vale à pena não! Disse meu superego.
Cheguei em casa, deitei no chão da sala e fiquei olhando pro teto sem saber no que pensar, sentia uma raiva, achava-me um merda incapaz de mover uma palha. Minha barriga me incomodava de um tanto, putz!
Liguei a TV, zapeei por mil vezes. No noticiário noturno é só catástrofe, e eles insistem em repetir. Outra coisa, não agüento mais um capítulo dessa Favorita, não que tenha o hábito de assisti-la, mas, ao mínimo sinal daquela musiqueta, minha enxaqueca volta. Se bem que hoje um corno deu um couro na mulher que até esqueci momentaneamente do meu azedume.
Acabei com um pacote inteiro daqueles de Ruffles e com quase dois litros de guaraná. É que deu uma sensação de vazio impreenchível, que nem sei explicar. Depois foi uma bebeção de água e uma azia de arrependimento.
Intervalo para umas gotinhas mágicas...a calma talvez venha.
O telefone tocou, nem ouvi, outras chamadas nem atendi, num tô muito afim de papo. Tô um porre mesmo. Meio blasé, irônico e sem assunto... confesso.
Liguei meu computador, escrevi este texto. Pensei neste exato momento, pra quê escancarar desse jeito?
Relaxa, ninguém vai ler mesmo! Retruquei-me a mim mesmo.