17 de mar. de 2009

ODE AO ÚNICO

FOTO: Site Google - Felicidade Só

Ser só, eis a questão.
Só de gente, não a solidão do mais completo abandono, que é invariavelmente ruim.
Só de sozinho, só pra se divertir, viajar, conhecer lugares sem impor barreiras.
Só de auto suficiência afetiva. Só de independência amorosa e auto amor em excesso.
Só pra trabalhar sozinho, ganhar todos os méritos e gastar tudo consigo mesmo.
Só pra conhecer o bom da vida e esbaldar.
Só de sexo ou auto diversões eróticas. Só dos dois.
Só de solteiro, só de implicâncias e indiferenças, só de discussões afetivas e verborréia excessiva. Só de experimentação.
Só de amigos. Não dos velhos e bons, jamais. São minha conexão com o mundo. Fonte das conversas e talvez de uma remota esperança de um não envelhecimento só.
Só de um, com uma clara unicidade de dois. Um de dois eterno, dois em um até o fim.
Só comigo, eu e meu eu. Um só agora, talvez acorrentado em meu egoísmo sentimental a que já me condenaram antes de reescrever este texto.
Só de um na vida. Talvez único e enigmático, sem realmente nunca ter sido entendido. Duplicidade única, com um mundo nas mãos e um foda-se para o resto.
Só em convenientes períodos, mas com a unicidade garantida.
Enfim só ou não. Crápula e falsamente adorado, embora altamente útil.
Percebe a diferença? De que importa?
Agora após os 360 graus, faço planos de conhecer e conversar com meu eu perdido tanto dito e procurado, seja ele quem for e que está por aí só, longe de mim.