28 de nov. de 2007

OS NOVOS MEMBROS

FOTO: J.Machado - Dois Sinos - 2007

Fim de tarde, dia agradável, belo poente.
O circular não está muito cheio hoje.
Musiquinha feliz aos ouvidos.
Apesar de ser fim de ano, o trânsito flui.
Uma brisa fresca entra pela janela.
Sem melancolia hoje. Algo bom irá acontecer.
De repente o telefone toca. Quem ousa interromper este momento?
É ela, ela pode. Gosto quando me liga.
Sua voz é feliz, um pouco assustada. "Beleza?" Ela disse.
Quer me contar uma novidade. Suspense.
Pelo tom de sua voz, só pode ser coisa boa.
São gemeos! Adivinho antes de ela completar.
Imaginava que fosse apenas um.
Agora são dois! Felicidade em dobro.
Mais cedo ela pediu a minha avó pra rezar.
Reza forte Dindinha! É sempre bom pedir.
Hoje o dia é de festa. Muita festa.
Os sinos badalam em dobro para anunciar a boa nova.
Faz dois meses. Faltam sete. Nove ao todo.
Um está de cabeça pra cima e o outro de cabeça pra baixo.
Vou apadrinhar um, não sei qual. É uma honra.
Passa num segundo, imagina a boa hora?
Não dá pra conter a alegria. E pra que contê-la?
São dois agora aguardados no clã. Há motivo melhor?
...
Além de desejar tudo de bom, o que mais digo a ela?
PARABÉNS E OBRIGADO PELO MOMENTO!

17 de nov. de 2007

ÓDIO CRIATIVO

FOTO: J.Machado - Dia Nublado em Ouro Preto - 2007

Não estou pra boas palavras.
Nublado como aquele dia.
Bom dia! O que há de bom hoje?
Angústia. Uma raiva desmedida.
Recluso e anti-social. Sem sorriso.
Pra que acordei hoje?
Frustração. Mais uma tentativa e nada.
Cansaço, cansaço, cansaço...
Quero silêncio. Odeio solidão.
Tenho medo de gente. Algo me persegue.
Louco e psicótico. Perdão pelo que não fiz.
Pra que escrever? E isso ainda?
Solidão. Vazio. Desespero.
Falta de colo. "De couro".
Paradoxo. Incertezas mil.
Olho pela janela e vejo pedras.
Viajo. Paisagem inútil. Inútil?
Trinta e seis por doze mais uma vez.
Que judiação. Lamúrias. Inquietude.
Desinteresse por todos. Recaídas.
Confuso. Quero que me compreendam.
Isso passa? Pra que falar disso?
Tristeza também inspira.
Desnudo-me e desabafo.
Escrever ameniza o sofrimento.
Escrevo, escrevo e escrevo...