29 de jul. de 2010

VELHA AMIGA

Quando tudo estava no mais completo sossego e o futuro certamente perfeito, você me aparece. Agora somente pra relembrar da minha ínfima condição humana. Foram relembranças e lamúrias mil, quilos de recibos e tardes de segunda a fio.
Você não me deixa.
Nunca me deixarás. Será?
Ah poeta insano e de pretensioso muito tenho se me autodenominar assim. Relembrei-me como sou e o que anseio. Doçura, clareza e desejo, aos montes. Gravações, em cada uma, um desejo de ser único, marcante, inesquecível.
Será que vou dessa vez?
Será?
Apenas diga sim, é como deveria ser. Mas você me faz querer mais além de um sim. Simples sim, simpatia, simbiose, símios. O sim é um mero prefixo, combinação. Sim simplesmente, sim puramente.
Quero que o mundo pare.
Que tudo dê certo.
Sinto uma dor e uma náusea, tenho medo de que o fim chegue, que eu não chegue até o fim. O coração palpita, galopa e titubeia. Temo que este seja um poema de despedida, que eu não volte mais e que tudo se perca.
Temo não chegar até o fim.
Velha amiga, só eu sei.