26 de jan. de 2012

DONA VOVÓ, DINDINHA!

Desde pequeno é a figura mais presente em todos os meus pensamentos, em todos os meus "flashes" de memória. Sempre que penso em Turmalina, a primeira imagem que me surge à mente é a de Dindinha.
Na infância, os longos desjejuns com pão assado no forno a lenha de casa, biscoitos de goma e grosso, além do café com leite e farinha de milho, a que eu saudosista chamo de "popô".
Férias de julho, festa do Divino Espirito Santo, o baile, o Reinado, a missa. As intermináveis férias de dezembro, tinha de tudo, banho de ribeirão, idas a pé às roças próximas, brincadeiras no porão da casa de vovó Joana. Adolescencia na Praça da Matriz, nas festas do Campestre e do Correntão.
E no final de tudo isso, ao retornar pra casa, o colo mais procurado era o dela, de dona Joana, apelidada de Dindinha por todos os netos. E independente de que hora fosse, era um quitute saborosíssimo.
Ultimamente, eu me afastei um pouco destas minhas raízes, andei desiludido com os fatos, atolado em trabalho e descrente no futuro, e por fim acabei saindo a francesa. Mas confesso e admito de muito bom grado, que é tão bom voltar a este convívio.
Em dezembro, eu ganhei o melhor presente de todos, um Natal perfeito. Em família, com todo mundo junto, conversando, fazendo amigo oculto, rezando, comendo. Tinha uma árvore de Natal linda, com centenas de presentes aos seus pés.
Tive algumas surpresas marcantes, a maior delas foi ouvir meu tio Lulu, sábias e bem colocadas palavras, suaves, mas assertivas e magnificamente apropriadas para o momento. A música e o choro do Téo, que emocionou a todos. Não devo deixar de contar o esmero da minha Madrinha Marciana em cuidar pra que tudo saísse perfeito...e ficou mesmo, de acordo com o meu mais exigente julgamento. E por fim, vamos definí-la como uma força motriz organizadora, uma idealizadora, pra que tudo ficasse harmônico, apesar de toda a algazarra. Tia Mércia, é ela que evita a formação de grandes furacões em casa, através da distração com pequenos tornados.
No topo disso tudo está Dindinha, minha avó do coração e da alma, apesar de sua incipiente surdez, tem os ouvidos mais aguçados e que levam a formação de palavras e gestos mais reconfortantes nos momentos mais tumultuados. Eu sempre brinco que ela é a melhor psiquiatra do mundo, de graça, e com resultados certos e só minha.
Foi impagável vê-la feliz, dando altas gargalhadas e se divertindo como nunca.
Foi uma noite de regozijo, fartura, bons vinhos e lautas refeições, tinha alegria, grandes promessas, doces surpresas, mais bisnetos chegando, mais gente pro Natal que vem.
Nesta noite eu fui dormir aéreo, leve e relaxado, feliz.
Sem dúvida, esta foi uma das noites mais felizes da minha vida!


Estes somos eu e Dindinha!

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