17 de set. de 2008

DIAS DE DESLIGAR

Nesta manhã depois de noite mal dormida,
mais um dia nublado e um longo dia pela frente.
O telefone toca cedo, acordo de sobressalto.
O coração sai pela boca em convulsões incessantes.
...
Uma coca, um café e um folhado murcho e ensebado.
Penso em tanta coisa, ligar para um monte de gente,
dizer o indizível, colocar uma pedra sobre tudo.
Refazer a agenda, organizar os gastos.
...
Em casa, uma poeira fina inunda a madeira.
O piso manchado, a folha seca na planta da sala.
A cama desarrumada, a comida mofada na geladeira.
A correspondência acumulada.
...
O velho plano de seguir mar afora reaviva.
Incomoda, a ânsia pelo fim se renova.
Ainda faltam três noites em claro.
Um número que reduz a lentos passos.
...
Perco a luta para o sono, desanimo.
A britadeira no andar de cima e o pulsar da minha cabeça.
O travesseiro me agride...em vão.
Desisto. Tenho vontade de sumir.
Há dias em que a gente acorda com vontade de sumir.

Um comentário:

  1. Senti que quem escreveu esse texto está desanimado demais. Acho que uma boa saída, muita conversa e risadas poderia pelo menos melhorar um pouco o astral. O que acha?

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