Numa noite dessas, quando lutava contra o sono para prolongar meu dia, rememorava minha infância. Lembrava de um outro “eu” brincalhão, tímido e tranqüilo. O que me tirava o sono, mesmo assim por poucos segundos, era a prova do dia seguinte ou a sabatina geográfica a cada duas semanas. O que me entristecia era ser o primeiro a ser encontrado nas brincadeiras de esconde-esconde.
O ruído de liquidificador, a boa vitamina de banana pela manhã, o almoço sempre quentinho, a cama feita, muita mordomia! Nem é muito bom ficar lembrando, nostálgico como sou, posso até acreditar que isso um dia volte.
Em meu quintal havia uma caramboleira que vivia carregada de doces frutos. À noite, quando eu me sentava à porta de casa com os amigos, meu pai nos levava uma sacola cheia. Era o petisco da conversa noturna.
Melhor que ganhar presente de Natal, era comprar a lista de materiais escolares no início do ano. Tudo novinho, estojo que abria ao apertar um botão, borracha com odor de chiclete e que borrava tudo e caneta de dez cores das quais só usava uma.
A vida tem várias fases, muito mais do que consta na literatura. Talvez a infância seja a mais notável por ser a melhor. Talvez seja a única fase em que consigamos ver como a vida é doce e vivenciemos essa doçura.
O meu "eu" de hoje enxerga a doce candura da vida, mas por breves e raros momentos, toma muito café e anda sempre apressado. Come a cara e escassa carambola borrachóide de supermercado, acorda cedo e dorme pouco.
Meus desejos também mudaram, na verdade mudam a todo momento, alguns são imutáveis. São coisas que jamais pensei desejar um dia. Na maioria das vezes, meus presentes quem me dá sou eu mesmo. Felizmente tenho muito o que agradecer, até mais que pedir.
A alegria e os sorrisos derivam das aventuras de personagens de velhos desenhos animados, de uma boa música, de uma noite tranqüila de sono e de todas as contas pagas.
A melancolia de hoje é um forte desejo de reviver sentimentos do passado, a frustração talvez seja o fruto de uma contínua solidão e o cansaço resulta do excesso de trabalho oriundo da necessidade de sublimar alguma energia contida.
Dúvidas tenho aos montes, penso um milhão de vezes antes de agir e todos os atos são calculados. Que fique claro que não sou um andróide.
Enfim, é necessário revisitar os bons tempos, somente os bons. Isso faz com que eu encare positivamente os obstáculos cotidianos e torne mais leve, pelo menos um pouco, o mundo sobre meus ombros.
Uma coisa ainda falta, preciso comer mais carambolas!
O ruído de liquidificador, a boa vitamina de banana pela manhã, o almoço sempre quentinho, a cama feita, muita mordomia! Nem é muito bom ficar lembrando, nostálgico como sou, posso até acreditar que isso um dia volte.
Em meu quintal havia uma caramboleira que vivia carregada de doces frutos. À noite, quando eu me sentava à porta de casa com os amigos, meu pai nos levava uma sacola cheia. Era o petisco da conversa noturna.
Melhor que ganhar presente de Natal, era comprar a lista de materiais escolares no início do ano. Tudo novinho, estojo que abria ao apertar um botão, borracha com odor de chiclete e que borrava tudo e caneta de dez cores das quais só usava uma.
A vida tem várias fases, muito mais do que consta na literatura. Talvez a infância seja a mais notável por ser a melhor. Talvez seja a única fase em que consigamos ver como a vida é doce e vivenciemos essa doçura.
O meu "eu" de hoje enxerga a doce candura da vida, mas por breves e raros momentos, toma muito café e anda sempre apressado. Come a cara e escassa carambola borrachóide de supermercado, acorda cedo e dorme pouco.
Meus desejos também mudaram, na verdade mudam a todo momento, alguns são imutáveis. São coisas que jamais pensei desejar um dia. Na maioria das vezes, meus presentes quem me dá sou eu mesmo. Felizmente tenho muito o que agradecer, até mais que pedir.
A alegria e os sorrisos derivam das aventuras de personagens de velhos desenhos animados, de uma boa música, de uma noite tranqüila de sono e de todas as contas pagas.
A melancolia de hoje é um forte desejo de reviver sentimentos do passado, a frustração talvez seja o fruto de uma contínua solidão e o cansaço resulta do excesso de trabalho oriundo da necessidade de sublimar alguma energia contida.
Dúvidas tenho aos montes, penso um milhão de vezes antes de agir e todos os atos são calculados. Que fique claro que não sou um andróide.
Enfim, é necessário revisitar os bons tempos, somente os bons. Isso faz com que eu encare positivamente os obstáculos cotidianos e torne mais leve, pelo menos um pouco, o mundo sobre meus ombros.
Uma coisa ainda falta, preciso comer mais carambolas!
Carambola me lembra quintal de avó, quando eu corria para brincar com meus bonequinhos dos Comandos em Ação sozinhos. Na verdade, eu não estava sozinho: os bonecos eram a minha companhia.
ResponderExcluirHoje não são mais eles que nos acompanham. São esses presentes auto-dados, como você muito bem escreveu, que acalantam, de certa forma, o vazio deixado pelas lembranças de um tempo feliz.