Tomava o último chá do dia ao relento, a garganta incomodava um pouco e o corpo doía. Em meio a escuridão uma mancha apareceu, cinza em tons acobreados e brilhantes, estava no céu. Era a lua que insistia em se fazer limpa. Não sei se cheia ou se nova.
Uma seqüência interessante se apresentava a mim, a lua esboçava seus contornos enquanto pesadas nuvens a escondiam. Um vento frio balançava as pequenas palmeiras, nenhuma voz, nenhuma vivalma.
Lembrei-me da noite passada. Dormi mal, devo ter sido acordado umas três vezes. Ruídos incidentais, ruídos insistentes, notícias ruins e esperadas. E na madrugada mais um desejo de pêsames a um estranho. Não me esqueci de anotar no caderno.
E lá no céu ainda a lua em constante batalha com as nuvens. Tentei eternizar o momento, mas apenas figuras intermediárias e abstratas surgiam no visor.
Ouvi cães latindo, uma música que dizia "mesmo pra baixo, chamarei você". Ainda não ouvi este chamado.
Sorrisos e gemidos agora, nada além do ruído do vento e do portão da garagem sendo aberto. Mais lembranças surgem, agora de pessoas distantes, de quem eu gostaria que estivesse perto e de quem nunca esteve. Releio velhos recados como se fossem recentes. Na agenda, nenhuma possibilidade neste momento.
Lembrei das palavras que li e que me trouxeram uma agonia e uma vontade de consolar. Sabia que este sofrimento iria acabar um dia e da pior e única forma. Todo aquele esforço iria apenas aumentar em alguns dias a dor. Oculta fantasia.
Desejei passar uma borracha no tempo, corrigir os erros da história. Aprender mesmo com a leitura e não com experimentos pessoais. Desejei menos achismos, apenas críticas construtivas. Quem sente sou eu.
A lua agora triunfante lembrou-me do sorriso, do pudim de leite condensado, do mar e da luz. O que sinto é saudade, regozijo. Lembrança dos abraços gratuitos e espontâneos, da imagem de alguém parado na rua de braços abertos. O tempo passa rápido no futuro e lentamente no presente.
A lua sumiu, o vento ficou forte, e como minha avó diria "entra menino, vai gripar nessa friagem".
Tomei o chá frio de tanto olhar pra lua.
Uma seqüência interessante se apresentava a mim, a lua esboçava seus contornos enquanto pesadas nuvens a escondiam. Um vento frio balançava as pequenas palmeiras, nenhuma voz, nenhuma vivalma.
Lembrei-me da noite passada. Dormi mal, devo ter sido acordado umas três vezes. Ruídos incidentais, ruídos insistentes, notícias ruins e esperadas. E na madrugada mais um desejo de pêsames a um estranho. Não me esqueci de anotar no caderno.
E lá no céu ainda a lua em constante batalha com as nuvens. Tentei eternizar o momento, mas apenas figuras intermediárias e abstratas surgiam no visor.
Ouvi cães latindo, uma música que dizia "mesmo pra baixo, chamarei você". Ainda não ouvi este chamado.
Sorrisos e gemidos agora, nada além do ruído do vento e do portão da garagem sendo aberto. Mais lembranças surgem, agora de pessoas distantes, de quem eu gostaria que estivesse perto e de quem nunca esteve. Releio velhos recados como se fossem recentes. Na agenda, nenhuma possibilidade neste momento.
Lembrei das palavras que li e que me trouxeram uma agonia e uma vontade de consolar. Sabia que este sofrimento iria acabar um dia e da pior e única forma. Todo aquele esforço iria apenas aumentar em alguns dias a dor. Oculta fantasia.
Desejei passar uma borracha no tempo, corrigir os erros da história. Aprender mesmo com a leitura e não com experimentos pessoais. Desejei menos achismos, apenas críticas construtivas. Quem sente sou eu.
A lua agora triunfante lembrou-me do sorriso, do pudim de leite condensado, do mar e da luz. O que sinto é saudade, regozijo. Lembrança dos abraços gratuitos e espontâneos, da imagem de alguém parado na rua de braços abertos. O tempo passa rápido no futuro e lentamente no presente.
A lua sumiu, o vento ficou forte, e como minha avó diria "entra menino, vai gripar nessa friagem".
Tomei o chá frio de tanto olhar pra lua.
Esse texto me lembrou uns versinhos que eu rascunhei na Velha Casa, em outubro, num papel amassado:
ResponderExcluir"Estou disposto a escrever
Novas histórias, novas linhas
Com as devidas rasusas, rabiscos ou correções
Mas agora evitando a todo custo
Apagar os vestígios de tropeço
Quero deixar no papel todas as marcas
Sabe-se lá, vai que um dia eu precise
Voltar e ver o que precisei mudar...
Vendo as tentativas de conserto
Acho que eu vou conseguir seguir adiante"
Algumas coisas a gente precisa "deletar do HD", como canta Lulu Santos. Já outras a gente, mesmo que queira, não consegue remover da memória. O mais díficil é perceber que, mais que apagar, precisa-se antes superar. Este é um dos sentidos da vida pra mim hoje.
E contemple a Lua. Ela pode ser inspiradora em alguns momentos.
Abração!